sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Marco Zero


O marco zero de nossa rede é o ano de 2006 e o Colóquio Festas e Sociabildiades, todavia podemos seguir seus rastros em eventos anteriores que a prefiguram e modulam seu perfil e propósito, a saber:
No campo das ciências sociais, O Ciclo de Estudos sobre a Festa realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, entre março de 1996 a agosto de 1997, sob o formato de eventos mensais. Resultou na organização de um número revista Vivência (v.13, n. 1. Natal, EDUFRN, 199), reunindo textos de pesquisadores brasileiros e frances participantes do evento, versando sob vários aspectos e dimensões do fenômeno festivo, mostrando toda sua complexidade e riqueza. Luciana e Julie podem completar, pois me faltam dados.
No campo da história, o Seminário Internacional Festa: cultura e sociabilidade na América portuguesa, ocorrido na Universidade de São em outubro de 1998, do qual resultou o monumental esforço editorial empreendido por Jancsó e Kantor (Cultura e sociabilidade na América portuguesa. 2001. São Paulo, Hucitec, Edusp, Imprensa Oficial, Fapesp, 2 v.,) que reune os textos apresentados no seminário e que atestam a importância do estudo da festa para a historiografia brasileira contemporânea, assim como sua vigorosa vitalidade.
No campo da antropologia, o Simpósio Festa em perspectiva e como perspectiva, que teve lugar na 24 Reunião Brasileira de Antropologia, ocorrida em Olinda, entre 12 a 15 de junho de 2004. A questão de fundo do simpósio era a reflexão conceitual do fenômeno e do fato festivo. Partia-se da constatação de que embora a festa já constitua tradicional objeto de estudo das ciências humanas, particularmente na antropologia e na história, e de que se observa-se, nos últimos anos, um crescente interesse pelo tema, sendo significativo o número de trabalhos produzidos, todavia, a tomada da festa enquanto perspectiva analítica é recente e, neste sentido, carece de uma reflexão mais sistemática e acurada. O simpósio foi coordenado pela professora Léa Freitas Perez (UFMG) e contou com a participação dos professores Roberto Motta (UFPE) e Luciana Chianca (UFRN).
Teve como desdobramento o Grupo de Trabalho Festa e cultura, na 25 Reunião Brasileira de Antropologia, ocorrida em Goiânia, entre 11 a 14 de junho de 2006, coordenado pelos professores Roberto Motta (UFPE) e Léa Freitas Perez (UFMG). O GT se propunha a levantar o “estado da arte” dos estudos de festa, abrindo dois setores de discussão. Um, mais etnográfico, as manifestações da festa, a festa-fato. Outro, mais teórico, o mecanismo festivo, a festa-questão com a intenção de pensar a possibilidade de desenvolvimento do que tem sido chamado de Antropologia Faustosa, que leva em conta a emoção, a paixão e o lúdico. Pierre Sanchis, pioneiro dos estudos de festa no Brasil atuou como debatedor em uma das três sessões do GT.

Eventos Realizados


A rede já realizou quatro eventos:
O Simpósio de Investigação Festa e religião nas XIV Jornadas sobre alternativas religiosas na América Latina, ocorrida em Buenos Aires, entre 25 a 28 de setembro de 2007, coordenado por Léa Freitas Perez, que visava dar continuidade às reflexões sobre festa e religião encetadas nas duas útlimas RBAs (2004 e 2006), trazendo-as para o fórum da Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul no sentido de ampliar o espectro das discussões já iniciadas, agora desde uma perspectiva continental e transhistórica, enfocando, a partir de “casos” etnográficos e/ou teóricos, como se modulam e se articulam em diferentes contextos latino-americanos (tradicionais ou contemporâneos) festa e religião, como festa é boa para pensar as dinâmicas e transformações do campo religioso e, a partir delas, as complexas e intricadas relações entre religião e cultura.
O Grupo de Trabalho A Festa na sociedade contemporânea na Reunião Equatorial de Antropologia/X Reunião de Antropólogos, ocorrida em Aracaju, de 09 a 11 de outubro de 2007. O GT foi coordenado por Eufrazia Cristina Menezes Santos (UFSE) e Léa Freitas Perez (UFMG). O locus do GT se assentava, desde a dupla perspectiva quer etnográfica quer teórica, em torno de duas questões: afinal o que é festa? Em que medida a festa informa-nos sobre a sociedade contemporânea? O GT se desenvolveu em três concorrridas e efervescentes sessões.
A mesa redonda A dimensão do festivo na religião, na diversão e na arte na 29 Reunião Brasileira de Antropologia. Realizada em Porto Seguro de 01 a 04 de junho de 2008. A mesa foi proposta por Léa Freitas Perez (UFMG) e visava dar continuidade às reflexões sobre festa e religião realizadas nas duas últimas reuniões da ABA, em 2004 e 2006, quando se optou, respectivamente, por fazer, no simpósio “Festa em perspectiva e como perspectiva”, uma reflexão conceitual do fenômeno e do fato festivo e por ressaltar, no GT “Festa e Cultura”, as complexas e intrincadas relações entre tradição e modernidade em sua vertente festiva. Visando ampliar o espectro das discussões assim já iniciadas, esta mesa abordará o fenômeno festivo a partir de um ponto de visão capaz de perceber a “festa” como boa para pensar as dinâmicas e as transformações do campo religioso e, a partir delas, as complexas e intricadas relações entre religião e cultura. A mesa reunirá pesquisadores interessados em debater as maneiras pelas quais as práticas religiosas e seculares vêm se misturando, no mundo contemporâneo, com a extensão do religioso e do espiritual para a esfera da diversão, da arte e do consumo de bens culturais e de massa. Tomando as teorias sobre festa como o fio condutor deste debate relativo à inserção do religioso no circuito do lazer e do consumo de bens culturais e de massa, buscar-se-á focalizar, ainda, a relação entre arte e religião a partir de uma perspectiva analiticamente integrada que faça aparecer questões comuns entre o religioso, o festivo e o artístico na cultura contemporânea. O II Colóquio Festas e sociabilidades, realizado em Natal entre 10 e 12 de setembro. O colóquio foi organizado pelo Grupo de Pesquisa Cultura, Identidades e Representações Sociais (CIRS)/ UFRNGrupo de Pesquisa Cultura, Arte e Sociedade (CASO)/ CEFET- RN, sob a presidência da professora Luciana Chianca.